MUSUME
JANAKUTE MAMA GA SUKINANO!?
CAPÍTULO 6 —
VERDADEIROS SENTIMENTOS E DESCULPAS
Nesse dia, o Ta-kun chegou em casa pra
ensinar a Miu no horário habitual.
Enquanto os dois estudavam no segundo
andar, eu estava no primeiro andar fazendo tarefas como limpar e lavar a roupa...
E então, recebi uma ligação da Oinomori-san.
Foi apenas uma pequena ligação para
confirmar algumas coisas sobre nosso trabalho, por isso foi muito rápido.
Porém...
— Hahahaha. Uau, parece que muitas
coisas interessantes aconteceram sem eu perceber. Não acredito que um estudante
da faculdade que mora do lado da sua casa se confessou pra você, hahahaha.
Ahh, talvez eu não devesse ter aberto
minha boca.
Depois de discutir os detalhes do
trabalho, eu queria pedir a ela um pequeno conselho sobre o Ta-kun, dizendo:
— Não é sobre mim, é sobre uma
amiga. "mas ela imediatamente descobriu minhas mentiras e tirou todas as
informações de mim, em um instante.
Como esperado de uma empresária
qualificada.
Suas habilidades de conversação são
incríveis.
Bom... acho que deixei minha guarda
aberta demais.
— Takumi Aterazawa-kun, uh... Agora
que penso nisso, você já me falou sobre ele antes. Se não me engano, é o garoto
da casa ao lado que ensina sua filha. E você disse que ficaria muito feliz se
ele começasse a namorar com ela.
—
......
— No entanto, o Aterazawa-kun
não estava interessado na filha... mas na mãe. Kuku. Hahaha, isso é
simplesmente incrível.
— Isso não é motivo de risada.
— Ah, desculpe.
Depois das minhas palavras,
Oinomori-san se desculpou.
Mas sua voz ainda parecia tão feliz.
— No entanto, ele deve ser um
amorzinho. Aquele garoto estava apaixonado por você por 10 anos, certo?
— Parece que sim.
E agora que ela mencionou isso... certamente
é um amor puro.
Chegar até a ser puro demais.
— Que inveja, eu também quero
que alguém pense tão sinceramente em mim assim.
— Inveja...? Céus. Não tire
sarro de mim, Oinomori-san. Estou seriamente pedindo conselhos a você.
— Hm? Eu estava tirando sarro de
mim mesma. E você quer meus conselhos...? Hmm, eu pensei que você estava apenas
se gabando... bem, então o que você quer me perguntar?
— O q-q-que você acha que eu
deveria fazer agora?
— Namore com ele.
Ela falou isso em um tom... que não
parecia uma piada.
Seu tom era muito normal, como se ela
estivesse dando uma resposta naturalmente.
— Pelo que ouvi, ele é sincero e
sério, e parece um cara muito legal. Tente namorar com ele. E se não funcionar,
apenas termine com ele e parta pra outro.
— N-Não é assim tão simples.
— É simples sim. Em vez disso,
não é você quem está pensando demais?
— ......
— Katsuragi-san, parece que você
está preocupada com a diferença de idade... Mas ele já tem vinte anos, não é?
Eu acho que você está sendo rude em tratá-lo como uma criança.
— Você pode estar certa sobre
isso... Mas pra mim não é tão simples.
— Hm?
— Pensando nisso com bom senso,
é impossível eu namorar um garoto dez anos mais novo que eu... não acho que as
coisas vão funcionar...
— Pfft... hahahahahahaaha!
A Oinomori-san ria sem parar.
— O-Oinomori-san?
— Hahahaha. Ah, desculpe,
desculpe. Eu não consegui evitar. Eu nunca pensei que você diria "pensando
nisso com bom senso".
— ......
— Dez anos atrás... eu me
pergunto quem foi a pessoa que, na casa dos vinte anos, tomou a decisão de
adotar e criar a filha de sua irmã falecida. Essa pessoa tinha acabado de
conseguir um emprego e não tinha economias. Ela também não tinha experiência em
criar filhos... E mesmo assim, ela decidiu adotar uma tal de Miu-chan. Não foi
uma mulher chamada Ayako Katsuragi que tomou uma decisão tão louca depois de
pensar nisso com "bom senso"?
— ......
De repente me lembrei do que ela falou.
O que aconteceu dez anos atrás.
Quando decidi adotar a Miu no funeral...
me pergunto se pensei com "bom senso" na época.
Não, não pensei.
Não pensei em nada e fui levada pelas
minhas emoções.
— Você virou uma mamãe. Parece
que você mudou muito nos últimos dez anos. "Com uma voz sarcástica, ela
continuou":
— Naquela época... você ainda
era jovem. E por causa disso, você foi capaz de se render às emoções que
surgiram em você sem pensar nas consequências. Você estava disposta a dar sua
vida por outra pessoa. E tudo porque... você não tinha nada a perder.
— Nada a perder...?
— Quem não tem nada a perder
pode fazer qualquer coisa. Eles podem enfrentar qualquer desafio. Mas quanto
mais você vive, mais se sente confortável. E você começa a se preocupar com a
possibilidade de perder alguma coisa. Dinheiro, família, amigos, orgulho ou autoestima...
É o que chamamos de envelhecer.
— ......
— Quanto mais velho você fica,
mais tem medo de agir. A razão pela qual você foi capaz de criar sua sobrinha
foi porque você era "jovem". Mas... agora você é diferente. Você
envelheceu. E nesses dez anos, você ganhou coisas que não quer perder.
Faz dez anos...
Meus parentes discutindo sobre quem
assumiria a Miu voltou à minha mente.
Para ser sincera, eu os odiava na
época.
Senti decepção e ressentimento em
relação a eles, que apenas pensavam em si mesmos e não conseguiam pensar na
Miu.
Mas...
Agora, em retrospectiva, eles
provavelmente estavam desesperados.
Eles estavam desesperados para proteger
suas vidas e manter seus preciosos status com suas famílias. Não que eles não
pensassem na Miu, mas que eles tinham uma família que deveriam priorizar mais
do que os filhos de seus parentes... Algo que eles não podiam perder.
Mas eu... não tinha nada disso.
Então eu pude agir de acordo com meus
sentimentos.
Pode ter sido bondade, amor ou um senso
de justiça. Pode ter sido um sentimento de nobreza ser contado como uma
história comovente.
Mas... foram esses sentimentos que tive
que me fizeram tomar uma atitude.
Porque eu não tinha nada a perder.
Porque eu ainda era muito jovem...
— Costuma-se dizer que ser herói
significa estar sozinho. E isso é verdade. Você não pode ser um herói se tiver
uma família. Que tipo de herói você seria se colocasse sua família à frente das
massas? Por outro lado, que tipo de herói você seria se ignorasse sua família?
Não importa como você olhe, você não pode ser um herói se tiver uma família.
— ......
— É muito diferente de dez anos
atrás, quando você podia agir livremente e não precisava se preocupar com
ninguém, Katsuragi-san. Mas agora... a Miu-chan é sua família. É a família que você
construiu nestes últimos dez anos e no seu dia a dia. Você tem um bom
relacionamento com seus vizinhos e uma posição e responsabilidades muito
diferentes no trabalho daqueles de dez anos atrás, quando você era uma novata.
Tais circunstâncias fazem com que você use a palavra bom senso, porque há
muitas coisas que você não quer perder. Porque "senso comum" é uma
das palavras favoritas dos adultos. Bem-vindo ao mundo Katsuragi-san. Para o
mundo dos adultos chatos.
Suas palavras ironicamente cortantes me
apunhalaram.
Depois de terminar a ligação, fiquei um
tempo pensando alto sentada em uma cadeira, quando de repente a porta da sala
se abriu.
— Mãe, você terminou sua
ligação?
— Ah, sim. Onde está o Ta-kun?
— Ele já foi embora. Como você
estava no telefone, ele não queria atrapalhar e saiu sem se despedir.
Olhei para o meu relógio e já passava
das nove da noite.
Parece que eu fiquei conversando por um
bom tempo.
— Ei, mãe...
Enquanto fechava e guardava meu laptop,
a Miu se sentou à minha frente.
Ela olhou diretamente para mim e disse
em um tom sério:
— Você já decidiu o que vai
fazer com o Taku-nii?
— O que eu vou fazer...? Eu não
farei nada. Eu já disse isso muitas vezes, é impossível que eu e ele comecemos
a namorar.
— Eu não quis dizer isso.
"A Miu coçou a cabeça e suspirou profundamente."
E com uma voz que exalava irritação e
consternação, ela continuou falando...
— Mãe, depois da confissão dele...
você só ficou fugindo.
— Hã?
— Você está sempre dizendo
coisas como "pense nisso com bom senso, é impossível" e "me
sinto culpada diante da família dele", como se você se importasse apenas
com as aparências. Além disso, você iniciou aquela estratégia estranha de mostrar
seu lado desagradável para fazê-lo odiar você. Você está apenas fugindo.
— E-Eu não estou fugindo.
— Você está fugindo sim.
Os olhos frios dela não paravam de me
encarar.
Eu queria olhar para o outro lado, mas
não conseguia. Seus olhos silenciosos e furiosos não me permitiram escapar.
— Você só usa essas palavras
superficiais para fugir. Mãe ... Você
nunca falou sobre seus sentimentos.
— ......
Depois das palavras dela, eu percebi.
Eu não estava ciente disso.
Mas certamente, sem saber, eu não fiz
nada além de fugir.
Desde o início, tentei fingir que a
confissão não havia acontecido e continuei a agir como sempre.
Usei a desculpa conveniente do senso
comum para esconder meus verdadeiros sentimentos e me recusar a confrontá-lo, e
no final, fiz uma coisa covarde como "mostrar a ele meu lado mais
desagradável para que ele ficasse decepcionado", esperando que ele
desistisse.
Não pude contestar as palavras da Miu.
Sim.
Eu não disse nada ainda.
Eu não dei nenhuma resposta.
Eu só fiquei... fugindo.
Desde que o Ta-kun se confessou pra
mim, só fiquei agindo como uma covarde.
— Mãe, pare de fugir e me diga a
verdade. Diga-me o que você realmente pensa.
A Miu olhou para mim com um olhar
acusador.
— Bom senso, aparências e todas
essas bobagens. Deixe de lado todos esses pretextos irritantes e me diga o que
você acha do Taku-nii como homem.
— ......
Eu não sabia o que dizer.
A reprovação da Miu e a ironia da
Oinomori-san giraram na minha cabeça e perturbaram meus pensamentos.
Minha cabeça estava em caos... Mas
ainda assim, pensei desesperadamente.
Eu tinha que pensar.
Não fugindo... mas sim pensando.
Eu tive que enfrentar a confissão do
Ta-kun e meu próprio coração.
E então…
— Eu o amo. É claro que gosto
dele. Eu sempre amei o Ta-kun. Eu sei muito bem quão sincero e gentil ele é, e...
ele é mais ou menos o meu tipo. Eu acho
que qualquer mulher ficaria muito feliz se pudesse namorar com ele. E estou
muito feliz que um cara tão maravilhoso quanto ele gosta tanto assim de mim.
— ......
Por um momento, a Miu levantou as sobrancelhas.
Ela estava prestes a dizer algo, mas...
... Continuei, antes que ela pudesse
dizer qualquer coisa.
— Eu não consigo perceber o
Ta-kun... como um homem.
Essa foi a minha resposta e o que eu
realmente pensei.
Não era uma desculpa, mas meus
verdadeiros sentimentos.
— Eu realmente amo muito o
Ta-kun, mas esses sentimentos... como posso dizer? É mais como o amor de uma
mãe por seu filho. Eu não gosto do Ta-kun em um sentido romântico.
Eu tenho observado o Ta-kun desde que
ele tinha dez anos.
Embora ele tenha crescido e se tornado
bastante viril... não posso vê-lo como
homem. Eu simplesmente não consigo ver dessa maneira.
— Miu, eu... sempre quis que você e o Ta-kun namorassem. Eu
pensava que vocês faziam um bom casal. Claro, esse era apenas um desejo egoísta
meu como mãe... Mas, já que eu me sentia
assim, comecei a ver o Ta-kun como filho e não como homem.
— ......
— Além disso, Miu... Os verdadeiros sentimentos e aparências, tudo
isso não é tão simples como você pensa.
A Oinomori-san disse que era simples.
Mas não é assim pra mim.
Eu não conseguia pensar que era
simples.
— Miu, você falou antes pra eu
parar de fingir e dizer o que eu realmente pensava... Mas isso é impossível. Você não pode separar
uma fachada e a verdade tão facilmente.
Se você tirar a fachada, apenas seus
verdadeiros sentimentos permaneceriam... Como tudo seria fácil e conveniente se
fosse assim tão simples?
Mas uma fachada é mais do que apenas
uma cobertura para a verdade.
Se você fosse criança, tudo seria mais
simples.
Você poderia facilmente se destacar da
sua fachada, como se estivesse descascando uma fruta.
Mas... no mundo adulto, isso é impossível.
A fruta está amadurecendo cada vez mais...
A casca e a fruta, os pretextos e os
verdadeiros sentimentos se tornam um.
Pretextos desfocam sentimentos
verdadeiros.
E, às vezes, os sentimentos mais
importantes são integrados aos pretextos.
— Você sabe, Miu... eu já tenho mais de trinta anos. Não posso me
apaixonar apenas confiando em meus sentimentos e desejos. Eu preciso pensar
sobre minha vida atual e minha vida futura. Não consigo abrir meu coração e
compartilhar meus sentimentos de maneira tão descuidada.
Eu tive que pensar nos riscos.
E tudo o que eu conseguia ver eram
riscos.
Como seria arriscado para esta casa se
eu namorasse o garoto ao lado, dez anos mais novo que eu.
Se o relacionamento surgisse, quem sabe
o que as pessoas pensariam de nós.
Se fosse só eu, não ligaria.
Mas, e se começarem a olhar pra Miu de
um jeito estranho?
—
......
No final, como a Oinomori-san disse, eu
penso como uma "adulta chata".
Se você olhasse para os prós e contras,
haveria apenas contras. Em vez de pensar que eu poderia conseguir outra coisa,
eu estava com mais medo de perder o que já tinha. Uma mentalidade cautelosa,
prudente e conservadora, típica de um adulto que tem medo de tentar algo novo.
Mas tudo bem.
Eu sou mãe.
Eu não posso continuar agindo como uma
garotinha.
Dez anos atrás, eu decidi me tornar uma
adulta.
A Miu voltou a falar com uma voz
surpresa e resignada.
—
Pra resumir... Você não pode
sair com o Taku-nii.
—
Sim. Isso mesmo.
—
......
A Miu fechou os olhos e suspirou
profundamente. Ela estava com uma expressão raivosa e triste, emoções complexas
que não podiam ser explicadas em apenas uma palavra.
Porém...
As palavras que ela disse em seguida
fizeram meu coração parar.
—
Você ouviu o que ela disse, não foi, Taku-nii?
Eu me virei para o corredor.
Depois de alguns segundos, a porta da
sala se abriu lentamente.
E então, ele apareceu.
—
T-Ta-kun...?!
Ta-kun entrou hesitantemente na sala.
Parecendo tão culpado e com os olhos cheios de tristeza.
Por que você está aqui...? Você deveria
ter ido pra casa...
—
Sinto muito.
—
Não se desculpe, Taku-nii. Eu implorei para ele que ficasse para
escutar nossa conversa. "Disse a Miu, interrompendo seu pedido de
desculpas."
—
Eu disse a ele para fingir que ia
pra casa para ele ficar ouvindo enquanto eu descobria seus verdadeiros
sentimentos.
—
Por que você fez isso?
—
Porque... eu queria que o
Taku-nii soubesse a verdade.
A voz dela estava muito fria.
—
Ele reuniu a coragem para se confessar e finalmente transmitiu a
você os sentimentos que ele mantinha há muito tempo... Mas você só está dando
desculpas vagas.
—
É q-que...
—
Você pode estar tentando encontrar uma maneira de ninguém se
machucar... Você pode ter sido legal... Mas acho que isso é injusto.
—
......
Eu não pude dizer nada. Não pude
responder nada. "Injusto". A palavra que minha filha proferiu
penetrou nas profundezas do meu coração.
—
Ayako-san...
E, finalmente, o Ta-kun falou.
—
Eu sinto muito.
A primeira coisa que ele lançou foi um
pedido de desculpas profundo.
—
Por causa da minha confissão... eu te dei muitos problemas... Como resultado, eu também causei problemas
para a Miu... eu arruinei nosso relacionamento por razões egoístas... me
desculpe. Mas, enfim... M-Muito obrigado.
E então ele lançou palavras de
gratidão.
— Você estava pensando
seriamente em mim... Obrigado por isso. Mesmo que eu tenha escutado escondido,
descobri seus verdadeiros sentimentos... E estou feliz por isso. Não era a
resposta que eu queria, mas estou feliz por ter uma resposta. Haha.
E então, o Ta-kun... sorriu.
Era um sorriso seco e vazio.
Obviamente forçado.
Um sorriso doloroso que apertou meu
peito enquanto eu olhava para ele.
—
Hahaha... B-Bom, eu sabia desde o início que era impossível. Eu não
tive chance. Um pirralho como eu não se compara a uma mulher tão maravilhosa
quanto você.
Com uma voz alegre e estranhamente
feliz, foi isso que o Ta-kun falou.
—
Quando você disse que não me percebia como homem... eu não tinha
nada a responder em troca. Era previsível. Porque é assim que você me tratou
todo esse tempo. Para você, é como se seu filho tivesse se confessado pra você,
não é? Claro que deve ter sido estranho. Eu devo ter parecido... realmente
desagradável... Você tem sido tão boa comigo porque somos vizinhos... desde que
eu era uma criança, e ainda assim, durante todo esse tempo eu tenho visto você
como uma mulher... eu sou realmente horrível...
Sua voz alegre e falsa gradualmente
começou a se romper.
—
Hahahaha. Esqueça tudo o que aconteceu, Ayako-san. Vamos fingir que
esses últimos dias nunca aconteceram... Vamos deixar tudo como era antes... Como
tem sido até agora...
A voz dele sumiu.
E o Ta-kun... começou a chorar.
Lágrimas correram pelo seu rosto
sorridente.
Percebendo isso, ele cobriu o rosto com
uma mão e disse: "Desculpe", e saiu da sala.
—
E-Espere! Espere, Ta-kun...
—
Mãe!
Eu tentei segui-lo reflexivamente, mas
uma voz fria e firme me parou.
—
O que você fará depois de alcançá-lo?
—
O q-que devo fazer...?
O que eu iria fazer?
Qual deveria ser o meu plano?
Chegar nele, pedir desculpas,
confortá-lo... E depois?
Abraçar o menino profundamente ferido e
chorar junto com ele...? E depois?
Qual seria o meu objetivo?
Isso não era mais nada... para meu
próprio conforto.
Para minha própria satisfação,
justificar-me um pouco pelo dano que causei a ele.
—
Isso não é justo, mãe. "disse a Miu em tom de reprovação."
Eu não pude dizer nada. "Não é
justo". Eu também pensei isso. Inconscientemente, tentei agir de maneira
injusta, a ponto de sentir nojo de mim mesmo.
Caí de joelhos na sala.
Eu tinha lágrimas nos olhos, mas fiz o
meu melhor para contê-las.
Eu pensei que fingir ser uma vítima e
derramar lágrimas seria imperdoável.
**Fim do capítulo 06**
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